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sábado, 22 de junho de 2013

A " igualdade de género e o divórcio"

O divórcio é sempre algo duríssimo, difícil, doloroso.

Quando há filhos do casamento finado, a dor é elevada à enésima potência.
Há casamentos "porque sim", porque está na altura de assentar, porque se gosta mais ou menos, por conveniência, para atenuar a solidão.

Há casamentos,  em que o "Sim" é uma expressão de amor profundo, de cumplicidade, amizade, compreensão e de um longo conhecimento e entrega um ao outro.

O casamento, é, para mim, um Sacramento: o último antes da extrema-unção.

Quando se casa com recta-intenção, numa perspectiva de entrega total para o bem e para o mal, quando duas pessoas se unem perante Deus dando testemunho do seu amor... e , mais ou menos de repente, um dos esposos é surpreendido com uma deslealdade imperdoável, por muito que se creia em Deus, por muito que se respeite o Santo Sacramento do matrimónio..... o amor-próprio, a dignidade do traído fica de tal modo ofendida e destroçada que não permite outra solução... que não o divórcio: por mais que custe, que doa, por mais que se sinta que o chão  foge debaixo dos pés como se toda a vida deixasse de fazer sentido.

Dói muito,  mas Jesus Cristo disse:  " Amai o próximo como a vós mesmos".
_Como me posso amar se permito que me desfaçam a vida? Como me posso amar se me sinto um tapete usado e pisado pelos pés de quem amei????_

É por isso que as pessoas se divorciam: porque gostam delas mesmas, porque se amam, , porque sabem que persistir num casamento de aparência e sem confiança é pior do que 10 maus divórcios!!!

A questão é: como é que o homem e a mulher vêem e sentem o divórcio????

Em 90 % dos casos, o homem sai de casa, dedica-se ao novo amor, à carreira, ao trabalho, à sua vida pessoal, ficando "obrigado" a contribuir com a "famigerada" pensão de alimentos e com visitas de 15 em 15 dias,  aos filhos.

Assim, em 90% dos casos, a mulher fica a braços com os filhos para criar, normalmente só, sem ter a quem recorrer se um deles se enche de febre a meio da noite ou se a professora telefona a dizer que o filho faltou. É a mãe que está lá, que tem que resolver, que vai, que corre , que percorre, que pede, que consulta, que os mete no carro,  que os leva a arder em febre para o hospital mais próximo, que falta ao seu emprego quando eles adoecem ou quando, como encarregada de educação, têm que comparecer a reuniões escolares.

Está explicado porque as estatísticas indicam que, apesar de haver mais licenciadas do que licenciados em Portugal, são normalmente os homens que atingem o topo da carreira.

E como é que a sociedade encara o divorciado e a divorciada??.......

Com indulgência se o divorciado sai de casa para ir viver com outra, mais bela, mais jovem ou mais...endinheirada;
Com compreensão,  se o pai, é pai de 15 em 15 dias,  ou apenas umas horas por semana.
 _Tenho primos que já se casaram 4 vezes: é tudo normal!!!_

Como se olha para uma mãe divorciada????.... Primeiro com comiseração ... (coitada)!
Depois com o eterno bom conselho: " dedica-te aos filhos, vive para os teus filhos"_ como se fosse preciso dizer tal, quando é a mãe que pede o "poder paternal"!!!_

Finalmente, quando os filhos adquirem alguma autonomia e a mãe se começa a sentir  só pressentindo que a vida passou por ela mas ela não passou pela vida,  com recriminação: "quantos namorados já teve depois de se divorciar???...." Cuidado! não apresentar aos filhos o namorado antes de ter certezas de que é para sempre!!! 

Cuidado!! Cuidado!! cuidado!!!

Estranho também,  é a maneira como os homens falam das ex-mulheres!

A maioria dos meus amigos divorciados dizem-me " não, ela nunca mais teve ninguém"... Mas porquê??? Fez voto de castidade????_ " Ai, não, sei lá, dedicou-se aos filhos e nunca mais quis ninguém!!! Não sei... " e despedem-nos com ar enfadado.

Há também o extremo!! O extremo de o ex- marido achar que a ex-mulher tem o dever de lhe pedir autorização para refazer a sua vida!!! E com esse extremo vem a retaliação!!!

Tem namorado?? Então ele que que pague a pensão de alimentos!! 

E há o "extremo taliban": és minha ex-mulher mas pertences ao meu harém!.. "Dou-te tudo o que tu quiseres se atenderes aos meus desejos!!" _ Onde é que eu já vi este filme??;)_

Depois... há os que se divorciam e ficam infelizes para sempre! Aí, sofrem os filhos, os desgraçados que não pediram para nascer,  vêem-se jogados numa guerra de nervos, numa tensão emocional insuportável como carregando sobre os ombros o dever de não defraudar nem o pai,  nem a mãe.

Vão ao pai,  mas omitem à mãe o que viram, assistiram, ouviram. Escondem até algumas vezes quando o pai irresponsavelmente os vai, por exemplo,  buscar sem autorização da mãe, obrigando-os a faltar a aulas ou ..whatever!....
Fazem a mãe perder a cabeça quando é informada pela directora de turma destas "pequeninas" grandes mentiras, obrigando-a a castigá-los pela mentira que se sentiram obrigados a assumir!

Pois é meus amigos!!!!
Não há igualdade de género nesta questão de divórcio!!!!

Assumamos: não estamos assim tão longe da Arábia Saudita no que concerne aos direitos das mulheres!!!

Corre, infelizmente, muito sangue muçulmano nas veias dos homens portugueses do século XXI.

Isabel.