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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


Quando se tem mais de 40 anos…)), quando se sabe o que se quer e o que se gosta, como pode haver empatia, mesmo que haja com tolerância, claro, para “pretendentes” que não têm os mesmos princípios que nós, não leram os mesmos livros nem entendem as nossas músicas???
Lá dizia o Rui Veloso: “não se ama quem não ouve a mesma música!…”
Conheço muitas mulheres que, sendo da minha idade, estão sós por falta de pachorra ou falta de empatia e… porque “casos avulso”, não as satisfazem!
Quando queremos uma relação, compramos o pacote inteiro: tipo net, telefone e TV!!!....
Se eu gosto de cavalos, jeeps e motos que tenho a ver com um tipo urbano-depressivo, tout-court??....
Se eu adoro ler, que tenho a ver com um tipo que só lê “a bola”?...
Se eu adoro Wim Mertens, falo de quê com alguém que apenas ouve Marco Paulo??....
Se eu prefiro “ Downtown Abbey” ou “Grey’s anatomy” como me posso entender com alguém que vibra com a “ casa dos segredos”???
Se eu gosto de cavalheiros como me posso dar com brutamontes??....:)))
(Estão a ver como é difícil os relacionamemntos na nossa idade??)
_ Isto para já não falar nos “é complicado”, nos mal-casados e afins!!! Esses pululam por aí, e se deixarmos, somos pescadas;)_
Que maçada!



Isabel

domingo, 30 de dezembro de 2012

OS FRACOS!

Confesso que tenho um profundo desprezo pelos “fracos”.
Não me refiro aos doentes, àqueles a quem a vida deu voltas que os virou do avesso, aos não conseguiram ou tiveram oportunidade de estudar ou ter um emprego que os realize. Não, nada disso!
Tenho um profundo desprezo pelos fracos, “tipo”, aqueles que fumam Cohiba, andam de audi descapotável, sabem muito de história de Portugal, têm profissões de sucesso, pertencem à maçonaria, são muito viajados, da Argentina à Mongólia…e Aahahahaha), nos tentam enganar parecendo pessoas fortes e interessantes omitindo passados menos claros revelando-se autênticos masoquistas, queixando-se de que não têm amor –próprio_ e que portanto nos admiram imenso porque, NÓS temos_ , acabando por confessar, estes cinquentões de barba “pouco-rija”, que, apesar de “gostarem muito de nós”, ainda pensam e estão presos a fulanas que que lhes fizeram a vida emocional em cacos!!!
Da mesma maneira que tenho um profundo desprezo por mulheres traídas, que, em nome da família prescindem de ser Mulheres para serem as melhores amigas do marido que as traiu…e que se gabam de elas nunca os terem esquecido.
Esses sim, são estes os fracos, os masoquistas que desprezo.
E acreditem, há muito “disto” em Coruche!!!!!


A vida só merece ser vivida por quem se olha ao espelho e diz: “ eu gosto de mim! Eu não permitirei jamais que alguém me magoe!”



Isabel

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Conversas em Évora


Hoje, depois da consulta com o dermatologista no hospital da misericórdia de Évora (que tem acordo com adse, aproveitem enquanto houver), fui com a Filipa estacionar o carro junto à Igreja de São Francisco no intuito de lhe satisfazer o pedido de ir à Capela dos ossos.
Entretanto, tinha combinado com a minha amiga São (e com as suas filhas),  encontrarmo-nos por ali pelas esplanadas…. e o dia estava tão lindo que por ali ficámos, tomámos chá e acabámos por almoçar.
Assim,  as conversas, que são como as cerejas, foram surgindo naturalmente. Como no Alentejo: com calma e como dizia um amigo meu, deixando o Tempo passar por nós_ algo que só os alentejanos sabem.
Falámos do amor na juventude, dos estudos, dos colegas, dos amigos, dos “rapazes giros” etc,  etc…
Às tantas,  diz a Filipa: “ sabem na minha escola, as pessoas juntam-se em grupos e para elas o que é importante é terem uns ténis da “merrell”, umas camisolas de não sei quê e mochilas de não sei que mais!... Os miúdos que não têm essas coisas são postos de lado!! São gozados! E o que mais impressão me faz, é que são os RAPAZES que mais ligam a essas coisas! Há 2 ou ou 3 anos todos tinham  que ter ténis all stars…. Agora são estas marcas XYZ”!!” (!!!!)
Diz a nossa amiga São,  que é de sociologia: “ Pois, isso tem a  ver com a história da pirâmide social e os grupos definem-se assim pelo que têem, pelo que aparentam, pelas lojas onde compram as coisas… Quem não tem nada dentro, quem não se sabe evidenciar pelo que é, evidencia-se pelo que tem ou aparenta!”
Eu fiquei boquiaberta.
Acreditam que esta questão nunca me tinha ocorrrido???
Simplesmente, no meu tempo não havia “marcas”!
Eu disse: “… faz-me impressão! Então as pessoas deviam identificar-se pelo que lêem, pela música que ouvem, pela cultura que têem, pela educação….” _ às tantas olho para os pés dela, e lá estavam os tènis Merrel, presente do pai!..... ( eu nem sabia que esta marca existia).
E perguntei-lhe depois: “ Oh filha, tu e a mana sentem-se discriminadas por esses miúdos???”
Responde-me ela, peremptória. “ oh mãe, tu achas que esse tipo de pessoas interessa a alguém??? Não sabem falar de nada!!! Nem os quero como amigos!!!”
Fiquei a pensar.
Fiquei mesmo a pensar nesta conversa corrida numa esplanada calma debaixo de um Céu azul lindo e solarengo.
Fiquei a pensar: para onde vais Portugal quando as pessoas tão jovens, numa idade da “construção” da personalidade, pensam e vivem desta maneira??
Onde está a generosidade, a compaixão, a cultura, os livros em casa, a educação, a preocupação com “o próximo”???....
No caminho para Coruche, toquei-lhe e disse-lhe: _“ sabes, a tua marca, está aqui, dentro de ti!!! Aquilo que és, o que sabes, o que amas, o sangue que te corre nas veias e a educação que te demos: essa é a TUA Marca!”_
Ela sorriu. E eu percebi que ela sabia.
1º PS_ como monárquica, apraz-me verificar que nunca vi a família real ostentar marcas e pelo que conheço do senhor Don Duarte a única marca que ostenta é “ I AM MADE IN PORTUGAL!”
2º PS_ durante a doença dos meus pais, as minhas filhas foram incansáveis e admiráveis.. Basta dizer que durante o último ano de vida do avô se revezavam para dormir em casa dele para que nunca estivesse sózinho, lhe faziam os recados e   o amaram e respeitaram, até ao último suspiro.
Espero ser merecedora das filhas que tenho.

Isabel.

domingo, 23 de dezembro de 2012


Os homens do sec XXI

Partindo do princípio que a perfeição não existe, só Deus é perfeito e mesmo assim, foi incompreendido e crucificado, fica aqui uma colectânea de “cromos” do sec XXI que tenho tido o desprazer de conhecer:
  • Os casados.
Há de dois tipos: os impecáveis_ que são os que aprecio_ , e os predadores que sempre que se lhes apresenta oportunidade, tentam dar uma dentadinha na maçã, ou melhor, uma facada no Santo Sacramento do matrimónio;
Esses, os tais casados do 2º tipo, passam noites inteiras no FB enquanto as “legítimas” ressonam ao lado. Uns tristes, a bem dizer.

  • Os tarados
Começam com conversas simpáticas e normalíssimas e …passados uns minutos estão a perguntar-nos se montamos bem…e se usamos esporas e….a baixar de nível tão rapidamente que são bloqueados na hora; Dá-me ideia que são apreciadores de cenas sado-maso…Ou melhor, doentes mentais, MESMO!

  • Os viciados em trabalho
Trabalham 20 sobre 20 horas, são muito inteligentes e cultos, normalmente desportistas, e têm uma vida tão,  mas tão atarefada,  que embora digam apreciar-nos imenso, nunca dispõem de meia hora para mostrar a sua “apreciação” e o seu “gosto” por nós.
Chego a crer que estão num estadio de vida em que já passam bem sem amor (no sentido restrito) e sem sexo… A não ser que tenham insufláveis em casa. (Essa parte, nunca pergunto)J))

  • Os “ putos”
Olham para uma mulher de 50 anos, divorciada, com  filhos criados,  e se ela ainda estiver “em forma”, metem-se com conversetas de treta esquecendo aquela máxima: “não se ama quem não ouve a mesma música, leu os mesmos livros ou viveu os mesmos tempos)”.
Acham “giro” uma aventura com uma cinquentona, para eles desesperada, e vai daí, vale tudo menos tirar olhos para a conquistar.
Têm azar. Não tenho pachorra para mais que 10 minutos de conversa com estes espécimens.

  • Os aldrabões
São, no início difíceis de detectar porque trazem a lição bem estudada: antes de nos abordar procuram informar-se de tudo sobre nós…e gostam de tudo o que nós gostamos! What a coincidence!LOLJ
Após 2 ou 3 conversas, juram pela “mãezinha deles” que estão apaixonadíssimos, fazem tudo para nos conhecer e acabam das duas uma: ou desmascarados na hora …ou…tentando invadir o nosso espaço vital controlando tudo, tipo hipopótamo em loja de cristais.
São corridos a tiro,  em menos de uma semana.

  • Os bons-vivants assumidos
Estes exemplares, normalmente, não demoram muito tempo a mostrar ao que vêem e o que querem;) Tem essa vantagem, não enganam ninguém. Embora não deixem de tentar uma aventurazita, sabem “levar com os pés” e….por vezes acabam até por se tornar bons amigos…. Enquanto isso,  vão apreciando os traseiros das menos vestidas;))))
  • Os desavergonhados
Dizem amar-nos muito, mas quando damos por nós, a nossa casa é a casa de férias e de fim de semana deles:  pagamos-lhes os cafés e os jantares por causa da crise,(como se a maldita não atingisse senhoras),  e …quando nos convidam para os ir visitar (porque a mãe foi viajar), somos nós que levamos a comida.
A esses,  chegamos a emprestar dinheiro que nos faz falta … que às vezes vimos a descobrir que não foi para arranjar “o pneu do carro” mas para ir ao jantar XPTO com a prima ZHY e, Cascais, tá a ver?;) Pois.
Pontapé no traseiro e …ala com eles.

  • Os traumatizados da vida
Surgem como “anjos descidos do céu”, cheios de virtudes: bons donos de casa, sabem cozinhar, querem-nos como mulher/esposa (e acabamos como governanta), oferecem-nos anel de compromisso e apresentam-nos aos filhos….e… após o 1º mês de convívio começam a mostrar quem realmente são: “ pois, eu nunca vi o meu pai dar um beijo na minhja mãe!”…ou “ pois, o meu pai nunca me pegou ao colo!....”.
Têm ataques de histeria, gritam que nem desalmados e,  ora são simpáticos,  ora estão hiper mal-dipostos e neuróticos!… E…. se nós , delicadamente lhe aconselhamos um psicólogo, mandam-nos para todo o lado menos para onde queremos de facto ir.
Para esses, um pontapé bem dado no traseiro na altura dos ataques de fúria, e resolve-se o assunto. Estes tipos são perigosos, porque são muitos, andam por aí caladinhos…. e só são descobertos depois do 1º mês de convívio. Pra mim são bi-polares e não sabem: nem virão a saber pois têm a característica de odiar médicos e tudo o que tenha a ver com ciência.
  • Os Tesos
São super simpáticos, aparentemente normais e de humor estável… só que… vivem longe, e,  nem nós nem eles,  temos nenhum “chinês” que nos faça uma OPA que nos permita chegar ao conhecimento “face-to-face”.
Nos diálogos com estes espécimens, não costuma haver mentiras nem tretas…apenas a distância física e uma pequena tristeza por não a poder superar,  porque, normalmente apesar de cultíssimos e licenciados…estão no desemprego. E assim se passam anos de amizade virtual porque a distância assim exige e a filha da mãe da crise,  assim obriga!!!.....


E ASSIM VÃO OS HOMENS PORTUGUESES DO SEC XXI!!!
Bem caracterizados não???
Pode ser que algum dia um sociólogo como a Maria Filomena Mónica me ajude a fazer um estudo mais profundo!!!
BOAS NOITES!!!

Isabel.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

POLITIZAR A CARIDADE


“POLITIZAR A CARIDADE

Jonet, em vez de ter percebido o mal que está a fazer à sua própria obra - e que, como é óbvio não, pode ser medido pela contribuição generosa dos portugueses, que também sabem fazer distinções -,  resolveu insistir e teorizar. Está com isso a politizar no pior sentido a actividade do Banco Alimentar  e a prejudicar o esforço da única instituição que ao nível nacional actua com genuíno sentido de caridade, a Igreja. Quem escreve estas linhas propôs, em tempos ainda socráticos, que os fundos que o Estado disponibiliza para a assistência fossem atribuídos a instituições da Igreja que sabem muito melhor a quem eles devem chegar e com maior eficiência. E não mudar de opinião.
Tenho, porém, poucas dúvidas que algumas das pessoas mais preocupadas com a crescente politização do discurso de Jonet são os bispos, que conhecem a realidade portuguesa muito melhor (no aspecto assistencial, social e político) e sabem o papel que teve a doutrina social da Igreja na transição da caridade para a solidariedade, da evolução da assistência paternalista para os direitos sociais.
Para não ir mais longe, Sá Carneiro, não só perceberia de imediato o que Jonet está a dizer, como o recusaria sem dúvidas em nome da sua formação humanista e religiosa – as duas. Sá Carneiro, e isso ficou inscrito no programa original do PSD, valorizava o papel que a dignidade humana tinha e, se não reduzia o homem, na sua dimensão transpolítica, ao conceito de cidadão, também não substituía os direitos pelas benesses da caridade, por muito dedicadas e esforçadas que sejam. A caridade é para quem precisa e muito, mas a solidariedade social é um fundamento do Estado moderno, pensado por democratas-cristãos e social-democratas. E os direitos adquiridos são uma identidade da melhoria colectiva das sociedades, fruto da justiça social e dadores de dignidade e liberdade.  “

José pacheco Pereira In Revista Sábado de 13/12/12.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

" O SUSTENTÁCULO DO AMOR"


O sustentáculo do amor

(Por José Luís Nunes Martins, publicado em 12 Maio 2012 - 02:00 | Actualizado há 30 semanas 5 dias)

A paz é algo que nenhum homem pode dar a outro. Um dos fins mais importantes para quem arrisca ser quem é, será o de construir a sua própria paz. Esta resulta de um trabalho duro de equilíbrio das vontades, de uma harmonização árdua das diferentes dimensões interiores, como o pensar e o sentir, é um estado ágil e dinâmico, que, ao limite, permite ultrapassar e vencer qualquer adversidade.
A paz não é o estado de quem vive uma ausência de conflitos, é o resultado da conciliação corajosa das diferentes forças que, dentro e fora de cada homem, tentam prevalecer sobre as demais, menosprezando-se mutuamente.
Muitos são os que julgam ter encontrado a paz quando se livram do sonho do amor. Estão enganados, o caminho até à felicidade é ainda longo para quem cansado assim se contenta, repousando de uma luta que nem chegou a começar. A paz é um ponto de passagem de quem ruma à plenitude da vida. A paz é o ponto de partida para o amor, que por sua vez lança o homem para a felicidade. A paz é o ponto de chegada dos que sofrem as dores mais profundas. A verdade é tranquila. A árvore cresce sossegada, ao ritmo da sua paz, dependendo muito pouco do que acontece à sua volta. Sem paz pode haver paixão, mas não há amor. O amor brota e alimenta-se do solo consistente e rico onde vive a paz, acima do mundo à sua volta, sem se incomodar com o julgamento de ninguém, mesmo daqueles que ali vêem apenas um sossego de morte. Silêncio. Assim é a verdade de quem consegue ser quem é. Em paz, assim ama quem vive de forma autêntica.

Investigador. Escreve ao sábado

" NINGUÉM TEM MUITOS AMIGOS"


Ninguém tem muitos amigos
(Por José Luís Nunes Martins, publicado em 18 Ago 2012 - 02:00 | Actualizado há 16 semanas 5 dias)

Neste mundo cada vez mais distante e deserto é urgente preservar o amigo, viver o amor, para que não se seja apenas mais um
A maior parte daqueles que nos estão próximos farão as malas assim que o céu se cobrir de nuvens. Bem a tempo de não lhes cair nenhuma lágrima nossa em cima.
Mas, infelizmente, também nós somos dos que se afastam quando os que connosco contam de nós precisam...
Talvez o leitor se julgue bem-aventurado por contar com muitos amigos. Mas a sabedoria antiga adverte que vive feliz aquele que nunca tenha de pôr à prova os seus amigos... Mais, julgamo--nos a nós próprios, quase sempre, como bons amigos de outrem... mas será que somos capazes de o ser de verdade? Qual o limite de adversidade a partir do qual abandonaríamos esse papel? Afinal, a dureza da prova de amizade em nada se compara à troca de sorrisos depois de uma piada. A vida real é a sério, passa por muitos caminhos duros até... encontrar caminhos ainda mais duros. Sermos capazes de pensar em alguém que não em nós mesmos é, neste cenário, algo arrojado. Raríssimo. Quase ilógico. Sem reciprocidade garantida. Solitário.
É comum (e errado) o preconceito de que todas as pessoas amam. Como se amar fosse uma espécie de prémio distribuído de forma universal e personalizada a todos e cada um dos seres humanos. Não. Muito longe disso. Poucas pessoas são capazes de amar, porque isso não é nenhuma recompensa, mas uma firmeza capaz de seguir adiante pelos trilhos mais impiedosos. Quase um castigo voluntário em nome de algo maior que nós.


Há ainda que ter em conta que as coisas que não têm fim assustam qualquer espírito menos sólido, porque comprometem a essência de uma forma não egoísta, não lhe permitindo vaguear/errar ao sabor dos prazeres imediatos. É bem mais simples do que parece: um amor que acaba prova que nunca chegou sequer a existir.
Hoje, com as novas tecnologias, a ilusão da proximidade é de tal forma convincente que cada vez há mais distâncias... pobrezas que se escondem por detrás de horizontes em forma de montras de intimidade... gritos desesperados de quem se vê num deserto de emoções... onde todos parecem felizes mas, na verdade, cada um vive no fundo de um poço. E porque hoje se busca mais ser resgatado do que resgatar, há cada vez mais vítimas e menos heróis...
Nascemos sós e morreremos sós.
À tristeza da solidão não faltam nem beleza nem grandeza. Mas o abandono dos que julgávamos chegados revela tanto sobre eles (os que partiram antes mesmo de chover) como a respeito de nós mesmos que, crédulos, julgámos ser uma excepção. Cumpre-nos não lhes seguir o exemplo.
Se ser amigo é raro, abrigar um amor no coração é-o superlativamente. Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes e, perante os mais penosos, apenas aqueles que percebem que há valores mais altos que a própria vida seguem adiante. Caminham mesmo descalços por onde for necessário para não deixar o amigo só.
Há quem considere que a amizade é uma forma de amor. Concordo. O que ama é um amigo absoluto. Sem porquês nem para quês. Apenas para se ser quem se é. Dão-se as mãos e enfrentam-se as tempestades. Vive-se, e morre-se, sem nunca fazer contas ao que passou. Olhos postos no sonho. O verdadeiro amigo será feliz ainda que numa vida carregada de sofrimento, porque a sua existência tem sentido, ao contrário da esmagadora maioria dos demais.
Neste mundo cada vez mais distante e deserto é urgente preservar o amigo, viver o amor, para que não se seja apenas mais um.
É a mais impiedosa das tempestades que naufraga perante a firmeza de um amor autêntico. Afinal, nenhuma tormenta dura para sempre.

Investigador, escreve ao sábado

"AQUILO EM QUE ACREDITO"


Quando escrevo, o meu cérebro, arruma-se.
Quando, passados anos, releio o que escrevi, rearrumo o que desarumei entretanto.
Hoje “tenho”  que vos falar de um livro espantoso que estou a ler: “ Aquilo em que acredito” de Jean Delumeau.
Só vou na página 35 e já percebi que todo o livro se centra na ligação de duas ciências fundamentais:  a Teologia e a Biologia.
É claro que estou fascinada!... Tem passagens que não resistirei a partilhar convosco:

“(…) O historiador fica estupefacto ao ver a ciência ser posta em questão nos nossos dias. Talvez saiba melhor que outros que ela é uma flor frágil ne que teve dificuldades de crescimento.
Faço, pois,  votos no sentido de que a ciência continue a progeridr e faça recuar incessantemente a barreira das nossas ignorâncias. Mas essa barreira, que afastamos cada dia um pouco mais no tempo e no espaço, subsistirá sempre. Tal é o paradoxo da nossa condição: avançar sempre e nunca conseguir chegar ao fim do caminho; dirigirmo-nos para o horizonte que se escapa diante de nós. Assim, o mistério permanecerá, rodeando-nos por todos os lados. Jamais esgotaremos a imensidão do espaço nem A complexidade das estruturas vivas.É a própria ciência que nos faz compreender cada vez melhor a espessura e as dimensões da noite de que ela ilumina apenas um sector. É preciso ter a modéstia de reconhecer esta evidência e, não obstante, nunca deixar de ir empurrando os limites da escuridão.
Surge então a pergunta: não estará  Deus no fundo dessa noite? Quem pode ter a certeza de que Ele não se encontra lá? Que prova temos nós de que a imensidão não tem sentido? E “que a evolução não tem um projecto” como afirmava, há 2 anos atrás na TV, o comentador demasiado categórico de um filme científico? Não me parece que a ciência conduza à negação de Deus, mas antes que ela convida o Homem, ao mesmo tempo a permanecer no seu lugar e a interrogar-se sobre o que é maior que ele. “Ergue os olhos para os céus e conta as estrelas, se fores capaz de as contar” (Génesis 15,5). Mais tarde, é Job que é interpelado por Javé nestes termos: “ Acaso, alguma vez na vida, deste ordens à manhã e indicaste o seu lugar à aurora?.... Desceste até às fontes do mar e passeaste pelas profundidades do abismo? Abriram-se-te,  porventura as portas da morte? Viste as portas da tenebrosa morada?” (Job, 38, 12-17).
Estas perguntas fortes fazem compreender o alto valor da “outra ignorância”. Por isso, farei minha de bom grado uma reflexão de Jean Hamburger: “ … a ciência, além da sumptuosa aventura que oferece ao espírito humano, poderia indirectamente ser fonte de meditações capazes de nos livrar do sentimento de absurdo. Mas o conhecimento científico mantém-se totalmente inapto para responder às nossas necessidades profundas de transcendência”. (…)
In  Aquilo em que Acredito de  Jean Delumau

O IMPULSO PARA A VIDA

Deus, deu-nos mecanismos ABSOLUTAMENTE fascinantes que nos permitem sobreviver, continuar, prosseguir, lutar, avançar, reagir, mesmo que para trás deixemos mágoas inomináveis e sofrimentos indizíveis.
Está tudo armazenado nos nossos neurónios, mas a nossa estratégia de sobrevivência deu-nos a Graça do "esquecimento", ou melhor , a capacidade de afastar pensamentos dolorosos.
Estão armazenados na m
inha caixa de memória o terrível sofrimento dos últimos dias do meu pai: mas eu não deixo que eles aflorem, não os revejo, não deixo o "filme" passar na minha cabeça.
_(Da mesma maneira que nunca quis ver os meus pais no caixão: eu tive-os VIVOS: não os quis "fotografar" mortos!)_
Estão armazenadas a raiva e a dor do meu divórcio. Mas eu afasto-as e tento manter uma relação civilizada em prole de um bem maior: a sanidade mental deste trio feminino.
Está armazenada a angústia da doença que tive e dos momentos que vivi após a cirurgia em que..."me dei ao luxo" de ter tempo de pensar que a biópsia do tumor podia trazer um prognóstico fatal.
Estratégias de sobrevivência; resiliência, o mais primitivo e maravilhoso : o IMPULSO para a VIDA!
Vida...Vida... Que maravilhosas e diversas formas de vida procuram sobreviver!...
Já pensaram porque que uma barata ou uma aranha, não tendo cérebro, fogem dos nossos pés para não serem pisadas????.....
António Damásio disse que as emoções mais primárias são apenas e só, duas: o AMOR e o MEDO.
Essas emoções, existem até no animal mais primitivo: por isso a aranha foge de ser pisada e se esconde dos predadores, por isso uma Planta cresce num meio hostil, por isso uma mãe crocodilo carrega os seus filhos na bocarra para um local seguro em vez de os comer: criou laços, vínculos, "amor"... e possui apenas o chamado cérebro reptiliano!!.....
Nós, primatas, portadores tais como os golfinhos de um espesso córtex cerebral, desenvolvemos estratégias tão sofisticadas!!!... A mais fabulosa de todas: a capacidade de direccionar os nossos pensamentos para a esperança quando o desespero nos assola, a capacidade de amar, mesmo num mundo de desamor.
Isabel.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Que se diz a alguém que atenta contra a própria vida????


Como se chama alguém que atenta contra a própria vida?
Suicida?....
Como se chama alguém que dá uma “tareia mental” num suicida???
Duro? Frio? Resiliente???....
Não sei.
Vou tentar descobrir.
“Quando ela estava tentando ver um filme e desligar o FB, surge alguém a pedir uma “chamada “ via FB. Ela recusa e diz que não sabe trabalhar com essa coisa. A pessoa diz que é muito giro, tenta convencê-la, insiste, periste e ela …resiste.
A conversa começa via chat: as coisas normais:  o que se faz , o que se gosta, a família , os filhos, o meio onde se vive, tanta, tanta coisa!!
Ele, da idade dela, professor universitário em part-time, apaixonado por arqueologia tem imensas histórias para contar: as descobertas que fez no Baixo Alentejo, a história da cidade de Beja, a beleza do país de norte a sul, os vestígios da presença celta do nosso País, enfim, uma conversa super-interessante e super normal.
Às tantas ele diz-lhe : vai ao meu mural e vê  uma música que lá está mesmo ao lado da Ponte sobre o RioXXXX. Ela vai.
Ele diz: “Já me tentei atirar dessa ponte…São histórias que já lá vão…”
Acende-se um sinal vermelho na cabeça dela; no entanto a conversa continua.
De repente ele começa a falar da vida e das suas mágoas…e diz simplesmente:_ “ sabes como tudo passa?? Sabes como tudo se aguenta??? Com AMOR, amiga! Com AMOR!”_
Ela pensa que ele se refere ao Amor em si, o Amor pela vida, pela humanidade, pelo próximo.  Não era: ela entendeu “tudo” mal.
Ele desfia as mágoas dele: um divírcio, filhos da idade das dela , encaminhados na faculdade, vivendo com a mãe… e a história começa a baralhar-se toda: depois do divórcio ele não passou mais do que um mês sozinho:  saiu de casa para ir viver com a X com quem esteve 9 anos…mas teve um “esgotamento” e expulsou-a, algo de que se confessa profundamente arrependido pois ela foi a pessoa que mais horizontes culturais lhe abriu e etc etc etc.
Depois, reaproximou-se da ex…mas ele voltou a “fartar-se” e a sair de casa… ”encostou-se aos irmãos” mas isso não chegava. E então apareceu a Z.
A Z com quem teve uma relação de 5 anos interrompida diversas vezes quando “ela tinha ataques de mau-humor e saía de casa porque não o podia aturar”..e nos intervalos em que ela saía,  apareceu a W e a Y… Ela, ouvindo a conversa do outro lado do telefone, cansada, baralhada,desejando terminar a conversa diz-lhe :” está quase a nascer o dia: vou ter que fazer as minhas actividades, levar as crianças à escola etc”_ Desliga o telefone…. Que volta a tocar. E do outro lado, alguém soluça, com a voz entrecortada pede-lhe:_ “ ajuda-me! Por favor,  ajuda-me a ser feliz!!! Eu não sou capaz de ser feliz sozinho!!! Eu preciso de um AMOR! De um amor verdadeiro!.... Há um mês , pedi à Z para voltar e ela recusou!! Eu não tinha nada a ver com ela, nós não tínhamos assunto de conversa nem passávamos um serão juntos mas eu não consigo ver esta casa vazia!!!! Ajuda-me! Sabes……Há menos de um mês juntei todos os comprimidos que tinha em casa e tomei-os. Um amigo meu do café onde costumo ir desconfiou de algo e mandou o INEM lá a casa e eu estive “n“ dias internado! E ninguém me foi visitar a não ser a Z ..que me levou um maço de cigarros…  Saí do hospital pelo meu pé e vim para casa sozinho!!! Sozinho, ouviste??... E…. passada uma semana atei uma corda ao corrimão mas a corda partiu-se e eu não consegui morrer. Acordei sem saber onde estava numa poça de sangue. Valeu-me a mulher a dias que chamou o INEM….. Eu não consigo viver assim! A solução para tudo é o amor! Se eu não o encontrar, eu não sei o que vou fazer!”
Ela,ouve calma e friamente o desfiar de mágoas, soluços e lágrimas, e repentinamente, salta dentro dela aquilo a que ele chama uma mulher extremamente cruel e cartesiana. Diz-lhe:
“ Se já tiveste dois internamentos , és com certeza seguido pela psiquiatria do hospital , não? Que te diz o psiquiatra??...”
Ele ri-se. _ “ o que é que dizem os psiquiatras e psícólogos???Aahhhaha! Quando eu falo com eles, aprendem eles mais sobre arte e arqueologia do que eu sobre o meu problema”._
Ela insiste: _“ já percebeste que tens um problema grave,  não já? Sabes, estás a falar com uma pessoa que teve uma vida bem mais dura do que a tua, que perdeu muitas pessoas que amava, algumas,  recentemente, pessoas que eu vi pedir para morrer devido às dores e a quem as enfermeiras respondiam: “a morte não vem quando nós queremos mas quando Deus quer!”. .. Estás a falar com uma pessoa que também está sozinha como tu! Que também gostaria de encontrar um amor ideal que penso que é a maior ânsia sde qualquer ser humano normal, mesmo que não o reconheça!
Sabes, tu tens casa, saúde, emprego, família! Dois filhos!!! Há quem não tenha nada disso e não se tenta suicidar!!!!  Por favor : DEIXA DE TER PENA DE TI MESMO! DEIXA DE OLHAR PARA O TEU UMBIGO!! DEIXA DE SER EGOÍSTA!!!!!... Dizes que os filhos se afastaram de ti?’ Como queres que os teus filhos se aproximem de um pai cujo exemplo que lhes dá, é enfrentar os problemas  saindo da vida como se sai de um comboio em andamento???
Afinal que idade tens tu????? 15 OU 50 ANOS???....
Pareces aqueles adolescentes que ao 1º desgosto de amor pensam que a vida não tem razão de ser!!!! Vê-te ao espelho!!!... És um Homem ou um miúdo???....Não tenhas pena de ti mesmo! Pena, é o pior sentimento que se pode ter por alguém!!!!”_
Do outro lado do telefone, ele continuava chorando e soluçando e acusando-a de dura e cruel mas que percebia que o estava a querer ajudar e que lhe agradecia..mas que ela tinha uma coisa que ele não tinha: RESILIÊNCIA!!!!! _ E perguntou-lhe se ela sabia o que era resiliência ao que ela respondeu calmamente: : _“ Sabes que eu sou de engenharia, não sabes? Mal do engenheiro que não saiba o que é a resiliência!! No entanto, eu não te posso ajudar! Eu não tenho as capacidade s ou os conhecimentos para te ajudar! Eu posso dar-te a minha amizade! Mas não posso ir ao supermercado comprar-te um grande amor! Sentes-te sózinho? Leva um sem-abrigo para casa! Um cão, gatos, piriquitos!! POR FAVOR!! Que farias se um dos teus filhos se tentasse matar por um desgosto de amor?? Se calhar, davas-lhe dois estalos, não???..... “ 
Depois deste diálogo, ela disse-lhe:  “ sou tua amiga, gosto de ti, não quero que morras!! Tem Fé!!! Há imensas mulheres no Mundo!!! Eu já passei anos da minha vida sózinha e adoro amar e ser amada!..Há que saber esperar! Por favor! Não entres “numa” de auto-comiseração!!!!Não é nesse estado de espírito que encontrarás alguém,  por certo! Procura ajuda especializada!! Vou enviar-te um livro por e-mail que me ajudou imenso, chama-se “ A Sombra Humana”.  E agora por favor, deixa-me descansar!!! Eu não possso dizer-te mais nada! Não posso estar 24 horas ao telefone contigo para não te sentires só!!!! Por favor!!!..E não me contactes mais…. Não tenho “skills” nem preparação científica  para te poder ajudar!!!!! Desejo que te encontres e que ao te encontrares, encontres o teu Santo Graal, a mulher da tua vida.”
_ ela desligou o telefone,  era quase meio dia:
Tranquila mas preocupada: como iria ele reagir?? Será que o abanão tinha resultado???....Ou será que ele irá fazer outra “asneira”??????
Ficou um punho fechado no coração dela: um “amigo” que surgiu do nada, do espaço sideral, um anjo que a veio ensinar o valor da vida, que a fez pronunciar as palavras que ela deve dizer a si mesma, cada vez que se lamentar! Esta vida não é para FRACOS! Quando nascemos, não está escrito na porta da maternidade: “ a vida é fácil!”
E ele???.....
Como terá ficado o “amigo” terrivelmente carente do amor de uma mulher???.......Que irá ele fazer??.... Quem o pode ajudar????
Ficam aqui muitas questões que eu reconheço, não ter capacidade para responder.

Isabel.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Faz-me chorar


Faz-me chorar

Ajuda-me a sair desta dor como a borboleta se liberta do casulo;


Dá-me o teu ombro e simplesmente deixa-me encostar;

Diz-me que não faz mal ter medo do escuro, 

que posso ter saudade dos que partiram, 

que devo viver a nostalgia do que não vivi.

Diz-me que os teus braços fortes me amparam, 
que posso beber até cair, dançar até me perder, acelerar até o carro dar.

Diz-me que não tem mal ser a menininha da mamã, 
que é permitido precisar de mimos e colo.

Diz-me que não é obrigatório ter sempre porte de rainha 
e que o rio que me corrói e estoira o coração,

tem direito a alcançar a foz no oceano da mágoa que me devora….

Diz-me….

Diz-me que sou uma menina pequenina e …ajuda-me a chorar.

Por favor.

isabel

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DEPOIMENTO


Chamo-me Isabel, tenho 51 anos e um grande defeito:
Não gosto que me dêem conselhos quando não os peço.
Tenho outro defeito: além de ser muito “despistada”,  gosto de escrever.
Escrever é para mim uma catarse, uma limpeza de Alma, uma confissão a mim mesma, uma libertação.
Não me incomoda expôr-me porque não tenho nada a esconder e o mais engraçado,  é que as pessoas que pensam que não se expõem, enganam-se: este mundo é tão pequeno que toda a gente sabe tudo sobre toda a gente e toda a gente “fala à boca pequena da vida dos outros”, apenas não têm coragem de o admitir!!! _ Estou errada??:)))
Os textos que escrevo são de 3 tipos: desabafos, ficção e análise sobre o comportamento humano.
São estes os meus temas.
Sobre mim, nada tenho a esconder: sou uma mulher normal com uma vida familiar pacata e um núcleo familiar unido mas forte: somos 3, as 3 mosqueteiras: a Maria a Filipa e eu.
Os meus pais, perdi-os dolorosamente para neoplasias implacáveis.
O meu ex-marido está “na onda dele”: saiu de casa porque o expulsei, e expulsei-o porque me traiu.
Alguma novidade?
Não, em Coruche (esta vila abandonada ente o Alentejo e o Ribatejo), toda a gente sabe o que se passou.
Todos sabem  que dou aulas e que faço o melhor que posso e sei,  não deixando nunca de apontar aquilo que considero injusto ou brocráticamemnte, estúpido.
Não tenho problemas de falar da minha saúde: ser doente ou ter estado doente não é motivo de discriminação a não ser para os estúpidos.
Sempre encarei o que sofri com naturalidade e sem tabus perante as minhas filhas, família, amigos e conhecidos.
Estigmatizada porque tive um tumor cerebral??... Tive a sorte de ter sobrevivido e não ter ficado deficiente. E se tivesse ficado???... Não nos ensinam que os deficientes são iguais aos outros???....
A maioria dos textos que escrevo sobre os “outros” são ficção, inspirados em histórias que me contam.
Há coisas estranhas, incomodativas mas que… Ao mesmo tempo me dão vontade de rir!!!
Há uns meses, escrevi um texto ficcional sobre um “pseudo-namorado” de uma “amiga” em que constatava,  após  análise do seu estranho comportamento,  dúvidas acerca  das sua tendências hetero ou homossexuais.
O incomodativo desta história foi que… As pessoa sendo tão mázinhas, mesquinhas e atrasadas mentais, em vez de me perguntarem a mim fosse o que fosse, foram telefonar a uma amiga minha (que vive com o namorado há 3 anos ou mais), perguntando-lhe se o  seu namorado era homossexual!!!!....
Acreditem que tive de retirar o texto do FB,  pois essas estúpidas pessoas não paravam de telefonar à minha amiga incomodando-a com perguntas sobre uma história que nada teve a ver com ela!!!!!

Pois é: há aqui muita “gentinha” que me lê, interpreta à sua maneira, não diz nada, não comenta e…vai “chatear” outros!!!!
Esta gentinha é mesmo tão “poucochinha” que nem vale o ar que respira!!_ desculpem, não é cristão dizer isto, mas é verdade!
E se esta história tivesse saído em livro???... Teriam apostado numa das minhas amigas para cuscar a sua vida sexual???
Não é mais grave sair na capa da revista VIP, exposta em todos os quiosques do país,  que o toureiro João Moura está falido e penhorado???
Isto sim! Isto incomoda!! Isto são coisas pessoais entre as finanças e o dito! Isto sim, são coisa impublicáveis!!!.. No entanto, as pessoas continuam a comprar a revista e a considerar estes jornalistas!!!
Odeio hipocrisias e afasto-me delas!! Afirmo-me católica e sou-o de todo o coração,  mas,  não deixo de criticar algumas atitudes do santo Padre: ele para além de Papa é humano. E, que eu saiba o único  Ser humano que não errou,  viveu há 2000 anos e com ou sem burro e vaca vai comemorar o seu aniversário daqui a 19 dias!
No entanto, irrita-me ver aqui pessoas que enchem o mural de santinhos e frases de  muito zen’s …..e no entanto, são casados e  dão umas “voltinhas” por fora!: Aahahahahaha!! Conheço muuuitos casos desses!! Não gosto nem aprovo, mas não julgo nem atiro pedras. Quem sou eu para atirar pedras se Cristo não o fez?...
Nunca pus em causa a intimidade dos meus amigos no FB. Por distracção e “despiste”, posso e acreditem-me se quiserem, sem querer,  escrever frases que nunca me passaram pela cabeça que essas pessoas amigas  entendessem que estava a pôr em cheque a sua intimidade. Errei,  confesso, posso ter errado mas sem dúbias intenções e sem a mínima das maldades.
Dou tudo pelos meus amigos e há AQUI  QUEM,  já ajudei (sem que eles nada me pedissem), sem sequer os conhecer! E SÓ ELES sabem disso!

Não suporto também as lições de moral que algumas familiares me tentam dar,  afirmando peremptoriamente que o FB é a fonte de todos os males e que eu me devia afastar deste mundo virtual. Pois é,  queridas amigas/primas: onde estavam  vocês quando eu precisei de falar,  quando eu telefonei e não atenderam nem devolveram a chamada??
Onde estavam quando eu precisei de um conselho, de uma palavra amiga, de uma simples opinião???
É fácil dar conselhos: “ faz caminhadas todos os dias, faz psicoterapia, apanha sol, não fumes, … blablablablabla”
Em que mundo viveis queridas primas amigas?? No “alice no País das maravilhas”???
Há psicoterapeutas em Coruche?? E mesmo que houvesse, teria dinheiro para os consultar??
Há sítios para fazer caminhadas sem encontrar “n” pessoas que metem conversa, que me perguntam pelos filhos (que são meus alunos), que simpaticamente ainda me dão os pêsames ou perguntam pela minha saúde ou outras coisas mais prosaicas?????? Não, não há.
Entro nos cafés, tomo o meu chá ou café ao balcão, cumprimento quem conheço, (muita gente), e saio. Poucas vezes tenho tempo ou paciência para conversa de circunstãncia.
E quanto aos amigos/as coruchenses???
Quantas vezes me mandam uma sms ou perguntam como estou??...
Quantas vezes me convidam para uma saída, uma festa, um cinema?
Pois é: mas houve alguns que eu convidei para o meu aniversário que comemorei em Évora,  e nem ao trabalho se deram de responder: “ não vou!”._ Não levo a mal! Compreendo! É longe e a vida não está para gastos!
Sabem, em meios pequenos, o “ser divorciada” é um estigma. Um estigma muito marcante e que se paga com o isolamento ( e ainda a fama de mau feitio por não ter pachorra para aturar o primeiro que me aparece).
No meio de casais, não sinto bem “desemparceirada” e só visito a casa dos meus amigos quando convidada.
Com isto tudo termino este longo texto dizendo: eu não sou uma triste ou uma infeliz!! Eu sou livre!! Faço aquilo que quero dentro das minhas possibilidades, só aturo quem me apetece e sou muito feliz à minha maneira!!!
A minha família são as minhas adoradas filhas!!! E chega!!!
Esta tríade comemorará o Natal sozinha como se os meus pais ainda cá estivessem e gostariam, e continuará unida (apesar de divergências pontuais como é evidente), e entrará em 2013 com o pé direito!!
A uma mulher de 51 anos não se muda a personalidade nem se dá conselhos.
Não há cá em casa atrasos mentais diagnosticados!!… E quanto ao resto, deixem lá o pobre do FB: o que lá se escreve, já toda a gente sabe e fala, ( uiii se fala!!),  só não escreve!!!!
Posto isto, continuarei sendo igual a mim mesma,  falando do que quiser e entender desde que não ponha em causa a intimidade dos outros.
Se alguém se revê nos meus textos e acha que foi dirigido a si…. LOLJ) Que posso fazer???... Juro, juro mesmo: não é problema meu!

iSABEL.