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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A AVÓ


Hoje ao jantar, a Maria ...sem mais nem menos, disse-me que "o Natal sem a avó não era Natal".
Explicou-me que muito raramente chorava e que nem no enterro da avó o tinha feito.... Disse que há pessoas assim: embora sintam uma enorme dor não a conseguem expressar… eu compreendo-a porque sou igual.
Relembrou o quanto a avó, minha mãe, adorava as filhoses de Natal e que no último em que esteve connosco, 2007, embora fizesse todos os dias a viagem Coruche- Lisboa para fazer tratamentos ao peito recém operado, só pensava na festa e nas filhoses....._Que quase ninguém aprecia muito...Sobram sempre imensas....Mas é tradição._
Pois bem, no Natal de 2008, uma amiga da minha mãe, ofereceu lá para casa dos meus pais, uma caixa das ditas filhoses que a minha filha se encarregou de levar ....
Pensou então na ironia da avó já não estar presente, para as saborear.....E a Maria contou-me, que foi carregando essa caixa de doces natalícios que a avó já não ia comer, que finalmente conseguiu chorar desalmadamente, soluçando em plena rua.

Eu ouvi-a com o coração do tamanho de um átomo.
Não disse nada: que lhe poderia dizer???
Só uma coisa nos consola, a nós católicos: a certeza de que a avó/mãe, está lá no Céu, muito feliz, preparando-se para passar mais um Natal connosco.

Isabel

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