“Nunca nada
é sempre assim... Talvez a impermanência seja um princípio de harmonia. Quando
se aprende a viver a mudança, sem estar contra ela, fica-se em harmonia com
todo o universo. Cada um de nós faz parte da ordem essencial das coisas,
trazendo à vida uma contribuição única. A magnífica beleza do universo advém
desta diversidade de pequenos nadas. Quase insignificâncias. Mas tal como as
gotas de água fazem um mar, também a nossa existência é feita destes quase
insignificantes gestos, pensamentos e emoções. Actos livres, dos quais somos
sempre inteiramente responsáveis. Um universo inteiro num homem só.
Qualquer
momento, pessoa e gesto é sempre valioso, porque contém em si a essência
imutável de tudo: O amor.
Se vivemos
num paraíso ou num inferno é, tantas vezes, uma simples questão de perspectiva.
Há quem em tudo veja mal e quem em nada o consiga descobrir. Mas compreender o
mundo passa por perceber que os nossos olhos, tal como as nossas mãos,
contribuem decisivamente para fazer um mundo bom ou mau. O mundo, afinal, sou
eu.
Temos uma
vida, uma só. Mas muitos julgam que há sempre muito tempo e, por isso, tantas
vezes, decidimos adiar o importante para desperdiçar tempo com o que pouco
vale.
O bem, o
amor, deve prevalecer sobre todo o mal. Mas neste mundo, a harmonia resulta de
uma luta que se ganha e se perde a cada instante. Não nos deslumbremos com os
bons minutos, nem esmoreçamos com as horas más...
Que se fixe
e se repita, quantas vezes for preciso, até que o mundo fique aos nossos olhos
tal como realmente é: Nunca nada é sempre assim.”
José Luís
Nunes Martins
Investigador
Escreve ao
sábado