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segunda-feira, 2 de março de 2009

AND TOMORROW, WILL BE ANOTHER DAY!

AND TOMORROW WILL BE ANOTHER DAY! Esta era a frase inspiradora da famosa heroína do “ E tudo o vento levou”, um dos filmes que mais me marcou pela força manifestada por esta mulher indomável. Hoje, estou naqueles dias em que apetece saber o horário da CP para me imolar na linha do comboio e ser despedaçada em 1000 pedaços, tipo puzzle. Hoje, estou naqueles dias em que a caixa de valium 10 quase esvaziou de um trago…_mas a quem foi operada ao cérebro já não há droga que faça efeito. Eu sei que há pessoas, milhares de pessoas, milhares de vezes piores do que eu: quem não tenha casa, emprego, família saúde… Há pessoas que simplesmente não têm nada. Há crianças a definhar com fome e com malária, há violência doméstica, a aumentar todos os dias e dentro de 10 anos, as estatísticas prevêem que a morte por cancro, duplicará: é o tal “preço da evolução”. Em Inglaterra, uma ex big brother, vai deixar-se filmar a morrer de cancro e há cadeias de TV a comprarem os direitos de publicarem o seu último suspiro. Ela tem 27 anos, é filha de um ex drogado presidiário suicida e casada com um condenado que saiu com pulseira electrónica para casar com a moribunda. Tem 2 filhos que aparentam 4 e 6 anos. O dinheiro que vai receber das TVs que filmarão a agonia em directo, servirá para criar as crianças. Entretanto na Guiné, os pretos não se entendem e mataram o seu presidente e respectivo chefe das forças armadas. Às vezes pergunto porque é que somos tão pacíficos e ainda ninguém se lembrou de colocar umas cargas de TNT em São Bento….Já agora, acabava-se o mal pela raiz. Quanto a mim, além do processo de avaliação kafkiano em que estou metida e do cansaço de dar aulas a “crianças” que nos chamam “doutoras vacas”e que não têm a mínima apetência para aprender,_ (a propósito, o comandante da GNR da minha terra foi nomeado pelo tribunal de menores encarregado de educação de um puto da “etnia cigana” como agora se diz,_ porque ninguém consegue fazer nada dele: aliás, o que se pode fazer a um miúdo de 14 anos que só vai à escola para comer e vender droga nos intervalos?? Nada. E depois, no fim do dia…..chego a casa. E encontro uma menina em plena adolescência que apesar de não se meter em drogas e ser excelente aluna me trata abaixo de cão. Sim, a mim, que a transportei 9 meses no útero, que amamentei, que passei milhares de noites sem dormir, que fiz kms de desespero à procura de um bom hospital quando ela estava doente…. E tudo isto, sozinha, porque o “paizinho” se tinha pirado para a sua realização profissional como grande mestre de equitação _ (façam vénia sff!!).... Ninguém pode viver sem amor. Pode viver-se com fome, com sede algum tempo, pode viver-se mais ou menos doente ou com saúde, mas não se pode viver sem amor. O amor dá sentido à vida: e o amor dos filhos é o mais puro e cristalino que Deus criou. Ouvir completas “blasfémias” da criança que parimos, ao mesmo tempo que se prepara o jantar, se apanha roupa e se dá explicações de matemática à irmã mais nova é dose. Dose equina. E tudo isto porquê? Talvez porque a complicada adolescente morra de ciúmes do namorado da mãe, não percebendo que o amor maternal é insubstituível, haja o que houver. Talvez porque a complicada adolescente tem dos avós ( minha sogra e meu pai), um exemplo de hippies fora de época, a quem tudo era e é permitido. _Aos 5 anos, se eu trocava os talheres de peixe com os de carne sujeitava-me a levar um estalo do meu pai. Hoje, o mesmo avô, acha graça a que as crianças comam com o gato à mesa._ A minha cara sogra vive para fazer as vontades às netas por mais disparatadas que possam ser: levar o papagaio ao LIDL, ( foi verdade mesmo), ir ao cinema e passar o dia fora, na véspera das aulas começarem e com TPCs para acabar… Mas o mais grave e triste de tudo, é que …..Há apenas 3 meses e meio, eu tinha a minha mãe que…depois de uma conversa telefónica, calmamente, chamava as netas, conversava com elas e tudo voltava a caminhar sobre rodas. Ela está lá no Céu, eu sei, mas a comunicação é mais difícil. Assim, e porque o silêncio se faz sentir., termino a minha prelecção dizendo como a heroína do “Gone whith the wind”,: Tomorow will be another day. PS: a propósito das acções e campanhas de luta contra o canco, como na minha terra o “encostateamim” _ que mau português!!_ só me apetece dizer: Vão dar uma volta “amigos”. Quando a mãe adoeceu, ninguém se aproximou para perguntar se era preciso alguma coisa ou se ao menos nós sabíamos tratar das burocracias. Aqui fica o meu sincero “agradecimento” porque deixar coisas enroladas na garganta, dá cabo da saúde. Obrigada a quem me lê. Vós sois os meus psicólogos de serviço. Bjs isabel

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