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segunda-feira, 9 de março de 2009

CARTA ABERTA À IGREJA CATÓLICA

Carta aberta à minha Igreja Católica
Fui baptizada, educada, crismada e casada segundo os Sagrados Sacramentos da minha amada Igreja.
Baptizei as minhas filhas, eduquei-as e educo-as na Fé de Cristo;
Não me limitei a ir pôr umas velinhas a Fátima a repetir ladainhas monótonas, nem fui descalça na procissão para toda a gente ver;
Dei o melhor de mim enquanto catequista com a preciosa colaboração da Noémia, do Bruno e do Sr. Padre Elias ;
Procurei sempre ter uma Fé sólida e esclarecida conhecendo as escrituras, nomeadamente o NOVO TESTAMENTO, lendo livros escritos por teólogos, cientistas, filósofos e pessoas que me podiam esclarecer as dúvidas;
Conheço rapazes que saíram do seminário porque não se sentiram lá acarinhados: _ “Tens dúvidas?? Sai uns anos e vai esclarecer a tua Fé!!” _ (para outro lado, claro, que aqui temos mais que fazer). Isto era o que diziam os seus Tutores – não sei se é este o nome que se lhes dá.
Não me diz muito, repetir Avé Marias 50 vezes : dá-me sono;
No entanto, quando entrei durante meia hora, isolada do mundo, num aparelho de ressonância magnética para avaliar o meu tumor cerebral, com um botão para pressionar em caso de pânico, só um nome me veio à cabeça e se repetiu vezes sem conta: Jesus. E esse Nome foi um tranquilizante mais potente que todas as benzodiazepinas que conheço, juntas.
No momento em que me perguntaram se eu não tinha medo de ficar sozinha num quarto com a minha mãe moribunda, arregalei os olhos de espanto porque onde há amor não existe medo e eu sei que Jesus a acompanhou.
Eu pecadora, milhares de vezes pecadora, me confesso: sou orgulhosa, irascível, “protestante”, exigente comigo e com os outros, vaidosa q.b., esbracejo, peço livros amarelos, e não engulo desaforos.
_ Mas até Jesus se “passou” um dia e….arrasou as bancas dos vendilhões do Templo, não foi??_
Tomo 5, às vezes 7 valiuns (10 mg)/ dia e mais um antidepressivo e estou à beira do maior esgotamento da história.
No fim disto tudo confesso que não tive coragem de cortar os pulsos com a faca do pão porque podia doer muito e além disso fazer uma grande javardice: sangue por todo o lado, blraaaghhhh!!
Tento sorrir todos os dias, para os meus alunos, para as minhas filhas e às vezes, com cara de parva, para a TV.
Perdi a minha mãe e atrás dela o meu pai e irmã.
Mantenho uma luta judicial com o meu ex marido, luta essa que quase no fim, - ironia do destino - , o advogado dele, morre.
Vou com o carro à oficina, vou ao Porto a Lisboa ao Algarve aonde o Diabo perdeu as botas para encontrar soluções para os problemas ou o melhor médico para as minhas filhas.
Habituei-me a lutar sozinha…Mas tive sempre a sensação de que…. não estava só.
A Fé move montanhas e a mim, moveu-me até agora.
Venha a Igreja Católica em peso chatear-me, que eu baixarei a cabeça e lerei o Novo Testamento.
_“Quando quiserdes orar não façais como os fariseus que tanto alarde fazem: fechai-vos no vosso quarto que Deus vos conhece.” É mais ou menos assim não é?_
Deus perdoou a mulher adúltera que há 2000 anos seria apedrejada.
Deus promoveu o encontro entre Judeus e Samaritanos que não se apreciavam por aí além.
Deus não nasceu nem morreu num palácio do Vaticano mas que se saiba num humilde estábulo.
Que diz a Igreja católica dos bem/mal casados que ao domingo vão à missa ostentando as suas famílias exemplares e que durante a semana passeiam as amantes e os amantes?
Deus não os condena: muito menos eu.
Não: Igreja Católica, excomungue-me se entender que não sou digna.
Não desertarei para os Manás nem para ao Protestantes.
Ficarei com a minha fé e com as palavras de Cristo: e portanto, MUITO BEM ACOMPANHADA.
Isabel

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