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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


“Celebração da Palavra”

Hoje fez um mês que perdemos a Helena, num grave acidente na EN114.
Com a nossa querida colega seguiam mais duas amigas: uma está ainda internada e a outra já está connosco a trabalhar_ a Ana.
Toda a manhã a Ana chorou, e creio que todos os dias chora ao passar naquela estrada.
Por volta das 14h30 chegou um Sacerdote – Católico, por acaso.
No bar da escola improvisou-se um Altar onde não faltou uma Grande Cruz e uma Imagem de Maria, Nossa Mãe.
Uma colega e um funcionário tocaram viola e umas canções lindíssimas.
O jovem padre começou por dizer que perante estes “acasos” da Vida, não sabia o que dizer. Que muitas vezes se questionava e perguntava a Deus porque aconteciam estas coisas.
Disse também, que de certeza, tudo tinha um Propósito e que nada na vida, era gratuito ou em vão.
Por algum motivo estávamos ali reunidos: a rezar pelas melhoras da Dora, a pedir forças para a Ana e a acreditar que a Helena estava neste momento a sorrir porque conseguiu juntar tanta gente naquele espaço.
Naquele “acidente”, naquele “acaso”, a Helena encontrou a passagem para a Eternidade, a Dora e a Ana passaram por uma Experiência que as fez, de certeza, dar Graças ao Dom da Vida…..e nós, todos nós, mesmo os mais empedernidos profissionais, “puxámos” da nossa sensibilidade percebendo a relatividade de Tudo.
Foi impossível conter as lágrimas.
_O Dom das Lágrimas_ tenho um livro que se chama assim.
Depois, o jovem sacerdote, agradeceu vivermos num País onde o estado é laico: por isso mesmo, estávamos ali naquele espaço rezando com ele e poderíamos, se o quiséssemos, celebrar amanhã outra cerimónia com um Pastor protestante, hindu ou muçulmano.
Olhámos uns para os outros espantados: não nos tinha ocorrido uma cerimónia ecuménica.
Percebi, pelas suas palavras que Deus é Amor: toda a “liturgia” frisou esse facto: Deus, ama-nos.
Mesmo quando parece que nos abandona, Ele nunca deixa de Amar-nos.
Não interessa a linguagem ou a religião com que falamos com Ele.
O que é importante é que Deus é Amor.
Relembrou-nos que perante os mistérios do destino, até Jesus Cristo teve momentos de dúvida quando no sofrimento da Cruz, pediu que Deus afastasse Dele Aquele Cálice.
Saí de lá destroçada e ao mesmo Tempo cheia de Fé e esperança.
A Deus nada é impossível, e nada, mesmo nada, acontece por acaso.

Isabel

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