Esta noite acordei numa aflição com um pesadelo horrível: as
minhas filhas estavam a ser atacadas por um grupo de miúdos...daqueles
perigosos.
No meu consciente,
domino os stresses diários, e faço o meu trabalho. No meu consciente, controlo
os receios e os medos, mesmo quando sou ameaçada que me "fazem e
acontecem."
Com as minhas filhas
é diferente. Apesar de não ser algo em que pense, fica-me no subconsciente e “salta-me”
em sonhos aflitivos.
Vou fazer 51 anos e
as coisas estão cada vez mais complicadas a quase todos os níveis.
Às vezes esqueço-me
que me devia cuidar mais: afinal, fui operada à cabeça há 10 anos, devia fazer
TAC's anuais e não faço, devia ser seguida por um bom neurocirurgião e não sou:
Baldei-me. A culpa é minha.
Sei que as pessoas
que sofreram estes tipos de cirurgia têm os vasos sanguíneos mais frágeis e
menos protecção a nível das meninges. A última vez que fui a um neurologista
ele disse-me: " Drª Isabel, nunca teve uma convulsão..mas não está livre
de vir a ter! Lembre-se que tem uma cicatriz no cérebro!"
Estes stresses do trabalho,
das crises e principalmente da doença do meu pai, fizeram agravar tudo levando ao surgimento da
hipertensão. Eu!! Eu?? Eu que toda a
vida fui hipotensa????
Pois é: soluções???
Não há.
Posso até fazer a TAC (de que estou à espera que me chamem
há 3 meses) e o médico dizer "isto não está bom"!! E depois???? .....
Reduções de horário, não existem... Reformas antecipadas nem para doentes
terminais ,(excepto para a presidente da AR. Claro).
Vivi esquecendo-me
que tenho dentro da cabeça uma bomba relógio. Vou morrer? _Obviamente: todos
vamos morrer._
Tenho medo???? Nem
uma pinga, nem um centímetro, nem sinais de tal emoção primária.
Se tiver que
"apanhar aí uma camada de nervos", só peço que o AVC seja rápido e
mortal e não fique aí de boca ao lado a dar trabalho a alguém. Até porque pode
não existir "alguém!!!
PS:
Não!! Não estou triste nem lastimosa!!!! Sou até uma
sortuda: tenho casa, 2 filhas lindas, emprego, blabla!! Quantos não gostariam
de trocar comigo????
Pois é, mas há dias
em que acordamos com pesadelos, e hoje, desculpem-me amigos, foi um desses
dias.
Isabel.