O
sustentáculo do amor
(Por José Luís Nunes Martins, publicado em 12 Maio 2012 -
02:00 | Actualizado há 30 semanas 5 dias)
A paz é algo que nenhum homem pode dar a outro. Um dos fins
mais importantes para quem arrisca ser quem é, será o de construir a sua
própria paz. Esta resulta de um trabalho duro de equilíbrio das vontades, de
uma harmonização árdua das diferentes dimensões interiores, como o pensar e o
sentir, é um estado ágil e dinâmico, que, ao limite, permite ultrapassar e
vencer qualquer adversidade.
A paz não é o estado de quem vive uma ausência de conflitos,
é o resultado da conciliação corajosa das diferentes forças que, dentro e fora
de cada homem, tentam prevalecer sobre as demais, menosprezando-se mutuamente.
Muitos são os que julgam ter encontrado a paz quando se
livram do sonho do amor. Estão enganados, o caminho até à felicidade é ainda
longo para quem cansado assim se contenta, repousando de uma luta que nem
chegou a começar. A paz é um ponto de passagem de quem ruma à plenitude da
vida. A paz é o ponto de partida para o amor, que por sua vez lança o homem
para a felicidade. A paz é o ponto de chegada dos que sofrem as dores mais
profundas. A verdade é tranquila. A árvore cresce sossegada, ao ritmo da sua
paz, dependendo muito pouco do que acontece à sua volta. Sem paz pode haver
paixão, mas não há amor. O amor brota e alimenta-se do solo consistente e rico onde
vive a paz, acima do mundo à sua volta, sem se incomodar com o julgamento de
ninguém, mesmo daqueles que ali vêem apenas um sossego de morte. Silêncio.
Assim é a verdade de quem consegue ser quem é. Em paz, assim ama quem vive de
forma autêntica.
Investigador. Escreve ao sábado